Guilherme Serrano
Nesta segunda-feira (20), Donald Trump tomou posse como novo presidente dos Estados Unidos da América. E, no mesmo dia, o republicano assinou uma ordem executiva que adia por 75 dias a aplicação da lei que determina o banimento do TikTok no país.
A decisão, portanto, oferece uma nova janela temporal para que a ByteDance, controladora chinesa da plataforma, negocie a venda da operação norte-americana do aplicativo e evite a sua proibição total.
Isso porque a lei, originalmente aprovada em 2024 e que entrou em vigor no último domingo (19), exige que a ByteDance encontre um comprador para sua operação nos Estados Unidos, sob pena de banimento. Com isso, o TikTok ficou offline para mais de 170 milhões de usuários norte-americanos por cerca de 12 horas.
Donald Trump, contudo, optou pela suspensão temporária da medida e sugeriu um acordo que garantiria aos Estados Unidos 50% da propriedade da plataforma.
“Se eu fizer o acordo, o TikTok pode valer até US$ 1 trilhão. Sem isso, não vale nada”, afirmou o presidente durante coletiva de imprensa, destacando também que o CEO da ByteDance, Shou Zi Chew, estaria aberto à ideia de compartilhar a propriedade do aplicativo com investidores americanos.
Shou Zi Chew, que já testemunhou perante o Congresso norte-americano sobre o funcionamento do TikTok, aliás, participou dos eventos de posse do presidente Donald Trump em Washington.
Curiosamente, Trump acumulou quase 15 milhões de seguidores no TikTok desde que ingressou na plataforma, utilizando-a como um canal de comunicação com eleitores jovens.
O possível banimento do TikTok, contudo, é justificado pelo novo presidente dos Estados Unidos como uma forma de proteger a segurança nacional, tema central de seu governo.
Fato é que decisão sobre o TikTok coloca o futuro da plataforma no centro das negociações e dá uma pista de como o governo dos Estados Unidos pretende lidar com questões envolvendo segurança digital e empresas estrangeiras em seu território, enquanto acena à donos de big techs norte-americanas como Jeff Bezos (Amazon), Mark Zuckerberg (Meta) e Elon Musk (X/Tesla).
Guilherme Serrano