Macron defende proibição de redes sociais para menores de 15 anos

Emmanuel Macron

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que fará pressão por uma regulamentação europeia que proíba o uso de redes sociais por menores de 15 anos. A proposta surgiu após um esfaqueamento fatal em uma escola no leste do país, envolvendo um estudante de 14 anos.

Segundo Macron, o episódio, em que uma assistente escolar de 31 anos foi morta durante uma busca de rotina na mochila de um aluno, não é um caso isolado. Para ele, a violência entre os jovens tem múltiplas causas, mas as redes sociais exercem um papel significativo nesse cenário. “As plataformas têm a capacidade de verificar a idade. Façam isso”, escreveu o presidente na plataforma X.

Durante entrevista à emissora pública France 2, Macron afirmou que espera ver avanços na União Europeia nos próximos meses. Mas, caso as negociações em bloco não avancem, ele sinalizou que a França poderá agir de forma independente. “Se isso não funcionar, começaremos a fazer isso na França. Não podemos esperar”, declarou.

Apesar da urgência expressada pelo presidente francês, a proposta encontra obstáculos. Um porta-voz da Comissão Europeia afirmou que o bloco não deve impor uma proibição uniforme, deixando a responsabilidade aos Estados-membros para definir os limites etários e as políticas de verificação de idade. No entanto, a UE deve lançar, já em julho, um projeto-piloto para testar uma nova ferramenta de verificação de idade online.

Fato é que iniciativa francesa não é isolada. A preocupação com o uso precoce e desregulado das redes sociais por crianças tem crescido em diferentes partes do mundo, como na Austrália, que proibiu o uso de redes sociais por menores de 16 ano. Existem outros avanços nesse sentido na Nova Zelândia, Reino Unido e no Texas, Estados Unidos.

O caso francês e a maior rigidez defendida por Macron só reforça um debate essencial sobre os impactos das redes sociais no desenvolvimento emocional, social e cognitivo de crianças e adolescentes. Embora a maioria das plataformas estabeleça a idade mínima de 13 anos, a ausência de controles eficazes torna essa regra praticamente simbólica.

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