Geração Z troca a televisão e o streaming pelas redes sociais

Geração Z, televisão e redes sociais

Com o surgimento de novas gerações e o avanço de diferentes tipos de tecnologias e plataformas, é natural que a forma como consumimos entretenimento mude. E de acordo com a pesquisa Digital Media Trends 2025, da Deloitte, as redes sociais e o conteúdo gerado por criadores independentes estão substituindo a TV tradicional e até os serviços de streaming pagos como a principal fonte de entretenimento da geração Z e outras gerações mais jovens.

Segundo o levantamento, as redes sociais se consolidaram como o epicentro do entretenimento juvenil. Isso porque 56% dos entrevistados da Gen Z afirmam que o conteúdo das redes é mais relevante para elas do que programas de TV e plataformas de streaming. Os criadores de conteúdo, portanto, parecem ter conquistado um espaço que antes pertencia a estúdios e emissoras, oferecendo uma variedade infinita de vídeos curtos, fáceis de consumir e altamente personalizados pelos algoritmos.

Outro dado revela que o tempo que os jovens passam por dia consumindo conteúdo gerado por criadores é 54% maior do que o tempo que passam assistindo a programas de TV tradicionais. Consequentemente, os laços criados com influenciadores são maiores do que os criados com celebridades da TV e do cinema, por exemplo.

Streaming e TV por assinatura enfrentam desafios

A TV paga está em declínio: apenas 49% dos entrevistados ainda possuem uma assinatura de TV a cabo ou via satélite, uma queda significativa em relação aos 63% registrados há três anos. O principal motivo para manter essas assinaturas é o acesso a noticiários e esportes ao vivo, mas até isso está mudando. Os serviços de streaming estão investindo em transmissões esportivas e as redes sociais fornecem resumos e clipes gratuitos, reduzindo a necessidade de um plano de TV pago.

Já os serviços de streaming sob demanda enfrentam uma encruzilhada. Embora 53% dos entrevistados os considerem sua principal fonte de entretenimento pago, 41% acham que o custo desses serviços não vale mais a pena. O aumento de preços e a necessidade de assinar várias plataformas para acessar conteúdos diferentes geram insatisfação. Em resposta, muitas plataformas estão adotando modelos financiados por publicidade, mas as redes sociais já dominam esse mercado.

A competição não é apenas por atenção, mas também por receita publicitária. As redes sociais captam mais da metade do investimento publicitário dos EUA, enquanto os serviços de streaming lutam para atrair anunciantes. Jovens da Geração Z e Millennials dizem que as propagandas e reviews nas redes sociais influenciam mais suas decisões de compra do que qualquer outro meio. Os algoritmos dessas plataformas tornam os anúncios mais personalizados e eficazes, um desafio que os serviços de streaming e os estúdios tradicionais ainda tentam superar.

Qual é o futuro do entretenimento?

A mudança no consumo de entretenimento, portanto, obriga estúdios e plataformas de streaming a repensarem suas estratégias. Algumas soluções disponíveis são parcerias com redes sociais e adoção de tecnologias de produção mais baratas como IA generativa, por exemplo.

Também é possível explorar conteúdos em formatos mais curtos para atrair o público jovem ou trabalhar mais de perto com criadores digitais, que já possuem audiências altamente engajadas. Fato é que a tendência parece não estar apenas nas produções de grande orçamento, mas na capacidade de entender como e onde o público quer consumir conteúdo.

Se antes a pergunta era “o que assistir?”, agora é “onde assistir?” E, para a geração Z a resposta está cada vez menos na TV e cada vez mais nas redes sociais.

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