Guilherme Serrano
Com o crescimento desenfreado das chamadas “bets“, empresas de diversos segmentos já notam uma mudança no comportamento e no desempenho de seus funcionários devido ao uso excessivo das plataformas digitais de apostas. A conclusão é de um estudo realizado pela Creditas Benefícios, em parceria com Wellz by Wellhub e Opinion Box.
A pesquisa, conduzida entre novembro e dezembro de 2024, entrevistou 405 profissionais de recursos humanos e funcionários em cargos de gestão em médias e grandes empresas. A maioria deles (80%) disse acreditar que as apostas podem afetar o desempenho dos colaboradores e 73% afirmaram que o tema deve ser tratado internamente. Por outro lado, apenas 6% disseram ter tomado algum tipo de providência sobre o assunto.
53% dos entrevistados afirmam que os funcionários enfrentam dificuldades financeiras por conta das apostas, e 56% dizem acreditar que os colaboradores veem as bets como uma forma de investimento. 54% afirmam que os funcionários utilizam momentos de pausa no trabalho, como a hora do almoço, para apostar.
Quando o tema é o nível de envolvimento dos funcionários com apostas online, 47% dos gestores e profissionais de recursos humanos dizem ter percebido um aumento nos últimos anos. 20% dizem não ter notado mudanças e 4% acham que o envolvimento diminuiu.
“É interessante perceber que 20% não soube responder essa questão. Isso significa que profissionais de RH e gestores estão distantes dos seus colaboradores, considerando que mais de 70% dos entrevistados reconhecem a importância do tema”, destaca Felipe Schepers, diretor de operações do Opinion Box.
Outro número que chama a atenção é que 29% dos entrevistados se dizem insatisfeitos em relação aos esforços das empresas para lidar com as bets. 47% dos entrevistados acreditam que seus colaboradores estão cientes das potenciais consequências negativas das apostas, mas apenas 36% sentem que as lideranças de suas empresas estão preparadas para lidar com o tema.
Entre os malefícios causados pelas bets em suas equipes de trabalho, os funcionários em cargos de gestão e profissionais de recursos humanos citam impacto na saúde mental e física dos colaboradores (66%), queda de produtividade (59%) e colaboradores mais ansiosos (51%).
Guilherme Serrano