Guilherme Serrano
O uso de celulares nas escolas tem sido tema constante de debate entre educadores, pais e especialistas em saúde mental. Agora, um novo estudo do Pew Research Center publicado pelo New York Post revela que o apoio da população norte-americana à proibição dos aparelhos nas escolas está crescendo e ganhando força política.
Segundo a pesquisa, 74% dos adultos dos EUA são favoráveis à proibição do uso de celulares durante as aulas no ensino fundamental 2 e no ensino médio. Esse número representa um aumento em relação ao levantamento anterior, feito no segundo semestre de 2024, quando o índice era de 68%. Mas o apoio vai além do horário de aula: 44% dos entrevistados defendem um banimento total ao longo de todo o dia escolar, número que também subiu frente aos 36% do levantamento anterior.
A medida tem ganhado força especialmente diante de preocupações com os efeitos do tempo de tela na saúde mental, desempenho escolar e habilidades sociais dos estudantes. Para muitos pais e professores, o celular em sala representa uma fonte constante de distração, ansiedade e isolamento.
Um dos pontos destacados pelo levantamento do Pew é que o apoio à restrição dos celulares nas escolas transcende as divisões políticas: 78% dos republicanos e 71% dos democratas se disseram favoráveis à proibição durante o horário das aulas. A maior adesão vem de adultos com mais de 50 anos, mas o apoio está crescendo em todas as faixas etárias.
Entre os argumentos a favor das restrições, estão a melhora no rendimento escolar, na convivência entre os alunos e no comportamento em sala. A proteção física, embora mencionada em alguns casos (como a possibilidade de contato em emergências), aparece com menor peso nas justificativas de quem apoia a medida.
Vale lembrar que, impulsionado pelo aumento do apoio popular, o estado de Nova York aprovou recentemente uma nova lei que proíbe o uso de celulares durante todo o período escolar nas escolas públicas. A regra entrará em vigor no ano letivo de 2025-2026 e obriga cada distrito a desenvolver e publicar uma política clara sobre o tema até o dia 1º de agosto. O projeto também exige que haja formas seguras para que pais entrem em contato com os filhos durante o dia, quando necessário.
A medida segue os passos da Flórida, que em 2023 se tornou o primeiro estado americano a restringir o uso de celulares em sala de aula e bloquear redes sociais no Wi-Fi das escolas.
Guilherme Serrano