Guilherme Serrano
O uso excessivo de redes sociais por adolescentes tem sido motivo de preocupação crescente ao redor do mundo. Agora, o governo britânico dá sinais de que pretende agir: segundo o jornalista Felipe Kieling, correspondente da Band na Europa, o Reino Unido estuda duas medidas para regular o acesso de jovens às plataformas digitais.
As principais ideias em discussão no Reino Unido são:
- Restringir o uso de redes sociais até as 22h para jovens de 8 a 16 anos.
- Proibir o acesso durante o horário escolar, entre 8h30 e 15h15.
A proposta inclui parcerias com as empresas de tecnologia, para que os próprios aplicativos impeçam o login de contas com perfis informados como adolescentes fora dos horários permitidos.
O plano, contudo, enfrenta desafios técnicos, como o uso de VPNs, que permitem burlar restrições geográficas e de horário. Ainda assim, o governo britânico promete seguir em frente, destacando que o objetivo é traçar uma linha clara entre o que é permitido e o que não é, inclusive com a previsão de punições para o descumprimento das regras.
A discussão britânica surge num contexto em que a tecnologia ocupa cada vez mais espaço na rotina infantojuvenil, muitas vezes sem mediação ou preparo adequado por parte de pais e escolas. Segundo Kieling, o governo reconhece que não pode agir sozinho: a construção dessa regulação depende da participação ativa de toda a sociedade.
A proposta do Reino Unido não está sozinha no cenário global. A Austrália já adotou uma medida semelhante, proibindo que menores de 16 anos criem contas em redes sociais. A União Europeia também possui diretrizes para restringir o acesso a determinados conteúdos e práticas publicitárias voltadas a menores de idade, enquanto Nova Zelândia e Texas, nos Estados Unidos, já sinalizaram que podem avançar na discussão.
O Reino Unido, inclusive, já possui filtros e bloqueios parciais voltados à proteção de crianças no ambiente online. A ideia agora é ampliar essas ações com foco em tempo de uso e faixa etária, indo além da simples filtragem de conteúdo.
Guilherme Serrano