Redes sociais criaram ‘epidemia de solidão’, diz estudo

Redes sociais e a epidemia da solidão

As redes sociais, que originalmente foram criadas em prol da união, acabaram criando uma “epidemia da solidão”. Essa é a conclusão do estudo The Epidemic of Loneliness: A Nine-Year Longitudinal Study of the Impact of Passive and Active Social Media Use on Lonelines (A epidemia da solidão: um estudo longitudinal de nove anos sobre o impacto do uso passivo e ativo das mídias sociais na solidão), realizado na Universidade Baylor, no Texas, Estados Unidos.

O artigo, que foi publicado na revista científica Personality and Social Psychology Bulletin na última semana, mostra que o uso das mídias sociais está associado à sentimentos de solidão crescente ao longo do tempo.

Os pesquisadores já consideravam previsível que o uso passivo das redes sociais (navegar sem interagir) resultasse nesse tipo de sentimento, mas descobriram que o uso ativo, que envolve postagens e engajamento com outros usuários, também gera a mesma sensação.

Segundo a pesquisa, isso sugere que a qualidade das interações digitais não atende às mesmas necessidades sociais contempladas pela comunicação “presencial”, face a face.

“Embora as mídias sociais ofereçam acesso sem precedentes às comunidades online, parece que o uso extensivo — seja ativo ou passivo — não alivia os sentimentos de solidão e pode, na verdade, intensificá-los”, afirmou o pesquisador James A. Roberts à revista científica.

O autor também chama a atenção para o paradoxo entre a busca da felicidade através do uso das redes e o real efeito dessa exposição contínua.

“Pessoas solitárias recorrem à mídia social para abordar seus sentimentos, mas é possível que tal uso de mídia social apenas alimente as chamas da solidão”, afirmou.

Apesar dessas conclusões, os pesquisadores destacaram a necessidade de mais estudos acerca da relação entre a interação digital por meio das redes sociais e a importância das conexões presenciais para o equilíbrio da saúde mental.

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