O que é bed rotting?

Bed rotting

Imagine passar horas deitado na cama, rolando a tela do celular, assistindo séries ou simplesmente olhando para o teto. Pode parecer um descanso merecido, um alívio em meio ao caos da rotina moderna. Mas, nas redes sociais, esse comportamento ganhou nome, estética e até status: bed rotting, expressão em inglês que significa literalmente “apodrecer na cama”.

O termo viralizou especialmente entre jovens da geração Z. Vídeos no TikTok romantizam o hábito como um ritual de autocuidado: pijama o dia todo, travesseiros espalhados, ambiente acolhedor e, claro, o celular sempre à mão. A promessa é de um corpo e uma mente relaxados, mas será que esse conforto é tão inofensivo assim?

De início, o bed rotting foi encarado como uma espécie de resistência ao ritmo acelerado da vida contemporânea, uma pausa contra a hiperprodutividade. Mas especialistas vêm ligando o sinal de alerta: o comportamento está mais próximo da procrastinação e da autossabotagem do que do autocuidado real.

Um dos principais combustíveis desse comportamento é o uso excessivo do celular na cama. A luz azul das telas atrapalha a produção de melatonina, dificultando o sono e prejudicando o descanso real. Assim, a combinação entre inatividade e dependência digital tende a gerar isolamento, desregulação emocional e diferentes níveis adoecimento mental.

Isso porque o conforto ilusório da cama vira uma prisão silenciosa. Afinal, há uma diferença clara entre descansar por algumas horas e transformar a cama em habitat permanente.

A chave para sair desse ciclo está no equilíbrio e no reconhecimento. Abrir a janela, tomar sol, caminhar até a padaria ou simplesmente levantar da cama já são formas de romper esse comportamento. Construir uma rotina fora da cama, filtrar o conteúdo consumido nas redes e redescobrir prazeres simples do cotidiano são alguns dos passos fundamentais para resgatar o bem-estar.

Além disso, é preciso entender o que está por trás do bed rotting. Ele pode ser um pedido de socorro silencioso, um sintoma de algo mais profundo, ou apenas um hábito que se instalou sem que percebêssemos. Na era da conexão constante, descansar também é uma forma de resistência. Mas há uma diferença entre descansar e se esconder. Saber onde está essa linha pode ser o primeiro passo para uma relação mais saudável com o tempo, o corpo e a tecnologia.

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