O que é sedentarismo tecnológico?

Sedentarismo tecnológico

O avanço da tecnologia transformou profundamente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Com apenas alguns cliques, temos acesso a entretenimento, compras, transporte, informação e até educação. Mas esse conforto tem um custo: o aumento preocupante do sedentarismo, impulsionado pelo uso excessivo de dispositivos eletrônicos e pela digitalização da rotina. E esse fenômeno tem nome: sedentarismo tecnológico.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais sedentário da América Latina e o quinto do mundo nesse ranking preocupante. Dados do IBGE confirmam: 47% da população brasileira não pratica atividade física suficiente. E isso se agrava com a presença constante de telas e aplicativos no cotidiano.

O chamado sedentarismo tecnológico é resultado direto do tempo excessivo que passamos diante de smartphones, computadores, televisores e tablets. Redes sociais, serviços de streaming, games, e-commerce, e-books e outras facilidades digitais criaram um ambiente em que é possível passar o dia inteiro conectado e imóvel.

O uso massivo dessas tecnologias, somado a um estilo de vida inativo, forma um cenário ideal para o surgimento de problemas de saúde físicos e mentais, como aumento da gordura corporal, hipertensão, ansiedade e dificuldade de concentração.

Home office e sedentarismo: uma relação ambígua

Com a pandemia e a consolidação do home office, o tempo em frente às telas aumentou consideravelmente. Ao mesmo tempo, a necessidade de deslocamento caiu, e com ela, muitas das oportunidades espontâneas de movimento físico , como andar até o ponto de ônibus, subir escadas no escritório ou caminhar até o restaurante.

Apesar disso, há quem tenha conseguido adaptar a nova rotina com práticas saudáveis. Assim como conciliavam seus treinos com o trabalho presencial, algumas pessoas encontraram no home office a chance de reorganizar o tempo e incluir atividades físicas em casa. Mas isso exige disciplina e consciência.

Quanto exercício é suficiente?

Para quem busca saúde, e não desempenho atlético, a recomendação é de 150 minutos semanais de atividade física moderada, ou 75 minutos de atividade intensa. Exercícios em dias alternados garantem benefícios que duram, em média, 48 horas. A regularidade é o fator-chave: são necessárias de 12 a 14 semanas de prática contínua para consolidar os efeitos no corpo.

Para quem está começando ou tem fatores de risco, uma avaliação médica é essencial, podendo incluir testes ergométricos e exames laboratoriais. Em idosos, a atividade física também é fortemente recomendada, pois ajuda a preservar a função cognitiva e muscular, além de reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

Fato é que o estilo de vida sedentário duplica o risco de morte prematura e está diretamente relacionado ao aumento de doenças cardiovasculares. Evitar esse cenário exige uma mudança de postura diante da tecnologia: é preciso usar seus benefícios sem se tornar refém da sua conveniência.

Assim como agendamos reuniões e organizamos nossa agenda digital, também devemos marcar um horário fixo para se mover, caminhar, alongar ou praticar uma atividade que traga prazer. Pode ser dançar em casa, subir escadas, andar com o cachorro ou até usar apps de exercícios.

A tecnologia facilita e muito a nossa vida. Mas não podemos esquecer que um corpo parado é terreno fértil para doenças. O desafio está em encontrar equilíbrio: usar a tecnologia a nosso favor, sem sedentarismo tecnológico. O futuro da saúde não está só nos avanços digitais, mas também no simples ato de levantar e se mexer.

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