Guilherme Serrano
Se você é pai, mãe ou convive com crianças, já deve ter notado: a cena de pequenos vidrados no celular, no tablet ou na tela do computador se tornou cada vez mais comum. Muito se fala sobre os riscos à saúde mental associados a esse hábito, mas isso também tem preocupado (e muito) os especialistas da área da saúde ocular, diante do crescimento da miopia em crianças.
A miopia, condição que dificulta enxergar de longe, está em ritmo acelerado de crescimento entre crianças e adolescentes. A ponto de a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificá-la como uma epidemia global. Segundo a entidade, até 2050, metade da população mundial poderá ser míope.
E não é só genética: o estilo de vida está diretamente ligado a esse cenário. Um estudo publicado no British Journal of Ophthalmology revelou que crianças que passam menos de uma hora por dia ao ar livre têm maior risco de desenvolver miopia. Isso porque a luz natural estimula a liberação de dopamina na retina, o que ajuda a controlar o crescimento do globo ocular e, por consequência, reduz a chance do problema se desenvolver.
Além disso, segundo oftalmologistas, o fato das crianças ficarem longos períodos focadas em objetos próximos, como celulares e tablets, pode causar um estímulo anormal ao crescimento do olho, favorecendo o surgimento da miopia.
Como proteger os olhos das crianças?
- Duas horas por dia ao ar livre: a luz solar é essencial para o desenvolvimento saudável dos olhos.
- Limitar o tempo de tela: controle o uso de eletrônicos e estimule outras formas de entretenimento.
- Fazer pausas frequentes: mesmo em atividades escolares, o ideal é descansar os olhos a cada 20 minutos.
- Consultas oftalmológicas regulares: acompanhar a saúde ocular desde cedo faz toda a diferença no tratamento e prevenção da miopia.
A infância é uma fase crucial para o desenvolvimento da visão. Com pequenas mudanças no dia a dia, é possível evitar o surgimento precoce da miopia em crianças e mitigar também os riscos à saúde mental que o usso excessivo das telas e redes sociais provocam nos jovens.
Guilherme Serrano