Guilherme Serrano
Você já disse “por favor” ou “obrigado” ao ChatGPT? Se sim, saiba que essa gentileza está custando caro para a OpenAI. Literalmente. Segundo Sam Altman, CEO da empresa, a mania dos usuários de interagirem com educação com o chatbot tem aumentado os custos operacionais, e agora, já sabemos quem pode estar por trás disso.
Um estudo recente da EduBirdie com 2.000 jovens da Geração Z revelou que a maioria deles conversa com a inteligência artificial como se estivesse lidando com um futuro chefe.
Quase 70% dos entrevistados disseram que falam com a IA da forma mais educada possível para evitar “desentendimentos” no futuro. Afinal, vai que um dia ela assume o controle, né?
Mas essa relação vai além da educação estratégica. Segundo a pesquisa:
- 1 em cada 10 jovens gostaria que seu chefe fosse substituído por uma IA.
- 55% acreditam que seus empregos serão tomados por inteligências artificiais nos próximos 10 anos.
- 40% já consideram mudar de carreira para evitar serem substituídos.
E o mais curioso: 180 entrevistados disseram que prefeririam ter um agente virtual como gestor, porque acreditam que uma IA poderia ser mais “humana” que seus líderes atuais, o que diz muito sobre o ambiente de trabalho que enfrentam hoje.
O levantamento também mostra um deslocamento perceptivo interessante: 26% dos jovens veem o ChatGPT como um amigo, e 16% já o usaram como uma espécie de terapeuta. Além disso, 57% acreditam que a IA já superou os humanos em criatividade.
O cenário revela uma geração que, além de hiperconectada, cresce sob o impacto de lideranças tóxicas, ambientes de trabalho exaustivos e uma constante pressão por produtividade. Diante disso, não é tão estranho imaginar por que alguns preferem conversar com o ChatGPT ou outra IA, mesmo que isso signifique perder a imprevisibilidade, a empatia ou o senso crítico de um líder humano.
Guilherme Serrano