Guilherme Serrano
A ideia de que a Geração Z sonha, majoritariamente, com a fama nas redes sociais foi colocada em xeque. Isso porque uma pesquisa recente do Infojobs com 1.003 jovens brasileiros nascidos entre 1996 e 2010 revelou que os interesses dessa geração no mercado de trabalho vão muito além do universo digital de likes e seguidores.
Segundo o levantamento, os Gen Z preferem atuar em áreas como:
- Tecnologia (34,5%)
- Saúde e Bem-estar (23,1%)
- Empreendedorismo e Startups (18,8%)
Além disso, 34,6% escolheram a opção “outras áreas”, o que indica uma busca mais profunda por propósito e identidade profissional, acima de tendências passageiras ou status digital.
Ainda que a remuneração e estabilidade financeira tenham sido apontadas como fatores prioritários por 70% dos entrevistados, eles não são os únicos critérios na hora de decidir por uma carreira. A geração Z também valoriza fortemente:
- Equilíbrio entre vida pessoal e profissional (49,4%)
- Oportunidades reais de crescimento (48,2%)
Esse perfil aponta para um modelo menos “workaholic” e mais consciente, sustentável e alinhado a valores pessoais. Os jovens querem evoluir profissionalmente, mas não estão dispostos a sacrificar a saúde mental e a qualidade de vida no processo.
Quando o ambiente de trabalho se torna insustentável, a Geração Z não pensa duas vezes antes de buscar novas oportunidades. De acordo com o estudo, os principais motivos que levam esses jovens a quererem sair de uma empresa são:
- Ambiente tóxico ou cultura desalinhada com seus valores (71,6%)
- Falta de reconhecimento (45,2%)
- Ausência de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (36,5%)
Para Ana Paula Prado, CEO do Infojobs, o mercado precisa entender que o comportamento dessa geração não tem a ver com “descompromisso”, mas com uma nova forma de encarar a carreira.
“A Geração Z está em busca de crescimento, propósito e bem-estar, e rejeitam modelos de trabalho ultrapassados. Essa geração entendeu que respeito, inclusão e transparência são pilares fundamentais para a vida, incluindo a rotina de trabalho”, afirma.
Guilherme Serrano