O que é tecnostress?

Tecnostress

A tecnologia está presente de maneira profunda e permanente no nosso coditiano, nos dando informações em tempo real e otimizando tarefas, por exemplo. No entanto, a medida que nossa dependência de dispositivos digitais aumenta, uma nova forma de desgaste mental tem se instalado silenciosamente entre nós: o tecnostress.

O termo tecnostress ou tecnoestresse foi cunhado pelo psicólogo Craig Brod em 1984 e descreve um distúrbio moderno de adaptação, provocado pela dificuldade das pessoas em lidar com novas tecnologias. Ele é o estresse causado pelo uso (ou pelo excesso de uso) das tecnologias da informação e comunicação, como celulares, computadores, aplicativos de mensagens, redes sociais, entre outros.

Ao contrário do que se imagina, o problema não está apenas no uso prolongado desses dispositivos, mas também na forma como reagimos emocionalmente às exigências digitais. A sobrecarga de informações, a necessidade de estarmos sempre disponíveis, a frustração frente a problemas técnicos e a constante sensação de urgência criam um ambiente altamente estressante e mentalmente desgastante.

Os sintomas do tecnostress podem ser sutis no início, mas se não forem reconhecidos e tratados, podem evoluir para quadros mais graves. Entre os sinais mais comuns estão:

  • Ansiedade e irritabilidade;
  • Cansaço mental constante;
  • Dificuldade de concentração e lapsos de memória;
  • Insônia e alterações no sono;
  • Sensação de incapacidade frente a tarefas simples;
  • Medo de perder informações importantes (FOMO – Fear of Missing Out);
  • Síndrome do impostor, especialmente em ambientes de trabalho remoto;
  • Despersonalização e sentimento de desconexão da realidade.

O tecnostress pode se manifestar de diferentes formas:

  1. Frustração tecnológica – Quando a pessoa se estressa ao não conseguir utilizar corretamente determinada tecnologia ou quando os dispositivos falham.
  2. Nervosismo extremo – Uma resposta emocional intensa diante de limitações técnicas ou falta de domínio de ferramentas digitais.
  3. Crônico e debilitante – Quando o estresse torna-se constante, afetando a saúde mental e física de maneira significativa.

Causas comuns do tecnostress

1. Sobrecarga digital

Com múltiplas tarefas exigindo atenção simultânea, notificações constantes e a pressão por produtividade, o cérebro entra em estado de alerta contínuo. A multitarefa, longe de ser eficaz, compromete o foco e a performance.

2. Invasão da vida pessoal

A fronteira entre o trabalho e a vida pessoal se diluiu ainda mais com o home office. A mesma tela que usamos para conversar com amigos é também o meio pelo qual atendemos reuniões, respondemos e-mails e resolvemos problemas de trabalho — muitas vezes fora do horário comercial.

3. Autonomia limitada

A falta de suporte técnico, a insegurança quanto ao uso correto dos dispositivos e a dificuldade de adaptação às novidades digitais geram uma sensação de impotência e dependência, alimentando o estresse.

Como prevenir o tecnostress?

  1. Reconheça o problema: O primeiro passo é entender que o tecnostress é real e pode afetar qualquer pessoa, independentemente do nível de habilidade digital.
  2. Estabeleça limites: Defina horários para o uso de dispositivos, crie pausas conscientes e aprenda a se desconectar. O mundo não vai acabar se você demorar cinco minutos para responder uma mensagem.
  3. Treinamento e suporte: No ambiente profissional, é fundamental que os colaboradores recebam capacitação para o uso das ferramentas digitais, bem como apoio técnico contínuo. A insegurança tecnológica alimenta a ansiedade.
  4. Adote hábitos saudáveis: Exercícios físicos, alimentação equilibrada e conexão com a natureza são estratégias simples e eficazes para reduzir os efeitos do estresse. Reserve um tempo para você — sem telas.
  5. Busque ajuda profissional: Se os sintomas persistirem, procure um psicólogo. A psicologia clínica pode ajudar a identificar padrões de pensamento disfuncionais e ensinar estratégias de enfrentamento para lidar com os gatilhos digitais.

A tecnologia não é, em si, a vilã da história. Ela é uma ferramenta poderosa, que pode e deve ser usada para melhorar a vida humana. No entanto, quando deixamos de ser os condutores dessa ferramenta e passamos a ser conduzidos por ela, o desequilíbrio acontece, levando ao tecnostress e a outros problemas psicológicos. Por isso, não devemos excluir a tecnologia de nossas vidas, mas, sim, aprender a usá-la com consciência, estabelecendo limites e cultivando uma relação mais saudável com o mundo digital.

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