Guilherme Serrano
No mundo hiperconectado de hoje, a ideia de abandonar o smartphone parece uma missão quase impossível. Redes sociais, mapas, mensagens instantâneas e pagamentos digitais, por exemplo, se tornaram parte essencial do nosso dia a dia. Mas e se, por uma semana, fôssemos obrigados a voltar para um dispositivo mais simples, um “dumbphone“?
Foi exatamente isso que a equipe da revista Good Housekeeping testou, colocando um membro da Geração X, um Millennial e um Gen Z para trocarem seus smartphones modernos por celulares básicos. O resultado? Uma mistura de alívio, frustração e alguns insights valiosos sobre nossa relação com a tecnologia.
O experimento: uma semana sem smartphones
Os participantes utilizaram modelos da Nokia, conhecidos por sua durabilidade e funcionalidades básicas: chamadas, mensagens de texto e, claro, o icônico jogo da cobrinha. Sem acesso a aplicativos modernos, redes sociais ou assistentes de navegação, os três participantes tiveram que encarar a vida sem distrações digitais.

Dumbphones utilizados pelos participantes da experiência
Cada um dos participantes teve experiências bem distintas:
- Florence, Millennial e “viciada” em grupos de WhatsApp, ficou apreensiva por perder as novidades dos amigos e das redes sociais. No entanto, ao longo da experiência, percebeu que estava mais presente em suas interações e que suas conversas se tornaram mais significativas. O tempo antes gasto em Instagram foi substituído por leitura e escrita, aumentando sua produtividade e bem-estar.
- Simon, da Geração X e consumidor assíduo de podcasts e audiolivros, sentiu o impacto da falta de fones de ouvido e conteúdo para se entreter. Por outro lado, gostou de poder ler revistas e desconectar um pouco das notícias negativas. Mas a dificuldade de enviar mensagens e encontrar lugares sem GPS o fez concluir que voltar para um dumbphone de forma definitiva não era uma opção viável.
- Megan, Gen Z e usuária compulsiva de redes sociais, notou que sua capacidade de atenção melhorou, especialmente ao assistir TV, já que não podia rolar a tela do celular ao mesmo tempo. Apesar disso, a falta de Apple Pay e Google Maps trouxe dificuldades reais para sua rotina, fazendo com que sentisse que a troca não valeria a pena no longo prazo.
Os Prós e os Contras de Desligar
Embora a experiência tenha mostrado benefícios, como mais foco, menos distrações e um aumento nas interações reais, também ficou claro que é difícil se adaptar ao mundo moderno sem os smartphones. A dependência de mapas digitais, pagamentos sem contato e mensagens instantâneas, por exemplo, tornaram a transição desafiadora.
Ainda assim, a experiência abriu uma discussão importante: estamos realmente controlando nossa tecnologia ou somos controlados por ela? Pequenos passos, como limitar o uso de redes sociais, adotar momentos de detox digital ou reduzir as notificações, podem ser alternativas viáveis para um equilíbrio maior. E você, conseguiria trocar seu smartphone por um dumbphone por uma semana?
Guilherme Serrano