Escala 6×1 e redes sociais: qual a relação? 

Escala 6x1

Nos últimos dias, você certamente ouviu falar sobre a proposta de emenda à constituição (PEC) que limita a semana de trabalho a 36 horas e almeja o fim da escala 6×1. Mas o que essa discussão tem a ver com as redes sociais? 

Bom, parte da resposta já está subentendida na pergunta. É possível que você tenha ouvido falar sobre essa PEC no rádio, na televisão ou mesmo em alguns portais da internet. Mais provável ainda é que você tenha sido impactado por esse tema ao rolar o feed da sua rede social: seja porque alguém estava falando sobre isso por lá ou simplesmente porque você viu um meme sobre o assunto. 

Para além de serem ambientes de entretenimento, diversão e distração, as redes também podem servir como espaços de debate político. Assim, essas plataformas são fundamentais para a construção da opinião pública acerca de um tema. 

Seja no Twitter, no Tiktok ou no Instagram, você certamente viu alguma pessoa que você admira ou simplesmente segue emitir uma opinião sobre o fim da escala 6×1 E, a partir disso, você moldou a sua própria opinião sobre o tema. 

Afinal, quem vai buscar o texto completo sobre essa PEC para lê-lo e assim tirar suas próprias conclusões? É muito mais fácil e cômodo formar uma opinião a partir do que os outros estão falando. 

Fato é que nas redes sociais, esse tipo de discussão consegue escalar e ganhar relevância de forma muito rápida, revelando a importância da tecnologia como uma aliada na resolução de demandas coletivas.  

Se não fossem as redes sociais, essa e outras PECs talvez demorassem muito mais tempo para avançar, uma vez que a distância entre o que se debate em Brasília e o que acontece no dia a dia do povo é muito grande. A tecnologia, portanto, ajuda a encurtar essa distância. 

No caso da PEC da escala 6×1, inclusive, alguns deputados chegaram a mudar de lado na discussão, tamanha foi a pressão sofrida nas redes. 

Evidentemente, há o lado bom e o lado ruim disso tudo. Os pontos positivos estão na comodidade, na rapidez das informações e no entendimento do tema de forma mais simples. Já o principal ponto negativo é que, muitas vezes, a informação disseminada pelas redes sociais pode chegar ao consumidor de forma enviesada.  

Mas há ainda uma outra relação entre as redes sociais e a escala 6×1. Isso porque, de alguma forma, essa escala de trabalho pode favorecer o uso excessivo dessas plataformas. 

Imagine uma pessoa que trabalha na escala 6×1 e, mais do que isso, passa horas e horas desses dias de trabalho dentro de um transporte público. Diante de tamanho cansaço, as redes sociais muitas vezes funcionam como um refúgio para essa pessoa. Ao chegar em casa ou mesmo no transporte, ela não quer ler um livro que a faça pensar, por exemplo. Assim, a saída é pegar o celular e ficar à deriva nos feeds das redes. 

É o efeito que a dopamina exerce no nosso cérebro. O neurotranmissor associado ao prazer é bem-estar é liberado quando recebemos curtidas, notificações ou rolamos o feed. E, muitas vezes, essa acaba sendo a principal fonte de prazer daquela pessoa que está imersa em uma rotina exaustiva de trabalho. 

As redes sociais, portanto, fazem parte de diferentes aspectos da nossa vida e estão no centro de diversos debates, inclusive o da escala 6×1. A chave, aqui, é buscar extrair o melhor delas e evitar que seu uso se torne algo prejudicial. 

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